quinta-feira, 13 de dezembro de 2007


Seja bem vindo!

Este blog tem o objetivo de promover um pouco mais de conhecimento a todos que necessitam de informações sobre procedimentos e cuidados com pessoas que necessitem de auxilio de enfermagem, e para pessoas que também trabalham nessa área. Além de dispor de uma equipe de técnicos e auxiliares de enfermagem para prestação de serviços domiciliares (nursing-home).

Esperamos contribuições e perguntas para que possamos cada vez mais melhorar o nosso trabalho.

Agradecemos desde já sua visita.



Obrigado!


Para falar conosco:

Raphael / Rodrigo
Cel: (16)9133-5600
E-mail: enfermagemsaocarlos@hotmail.com

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Diabetes


O Diabetes Mellitus é uma síndrome decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina exercer adequadamente suas ações. Caracteriza-se por excesso de açúcar no sangue (hiperglicemia crônica), com alterações no metabolismo de açúcares (carboidratos), gorduras (lípideos) e proteínas. Representa um grupo de distúrbios metabólicos nos quais existe uma menor utilização de glicose, induzindo hiperglicemia.

A insulina é o principal responsável pelo aproveitamento e metabolização da glicose pelas células do nosso organismo, com finalidade de gerar energia. É produzida pelo pâncreas e sua falta ou ação deficiente acarreta modificações importantes no metabolismo das proteínas, das gorduras, sais minerais, água corporal e principalmente da glicose.

O Diabetes é classificado em dois tipos mais freqüentes:

TIPO I:

A incidência do Diabetes Mellitus tipo I, insulino-dependente, que ocorre comumente na faixa etária de 0 a 15 anos, é de 7,8% da população. Surge mais freqüentemente em crianças e adultos jovens. Ocorre a destruição das células Beta, geralmente ocasionando deficiência absoluta de insulina, necessitando fazer uso de insulina diariamente. É de natureza auto-imune.

Esta forma de diabetes resulta de ausência acentuada e absoluta de insulina; representa de 5 a 10% dos portadores de diabetes (pâncreas pára de produzir a insulina). Poucos casos têm relação com hereditariedade. A evolução clínica é rápida se não for tratado prontamente com insulina.

TIPO II:

É a forma clássica com graus variados de resistência à ação da insulina e uma deficiência relativa de insulina, geralmente está associado a obesidade. A prevalência maior era entre os mais velhos, mas com o aumento de crianças obesas tem-se observado uma incidência maior em faixas etárias mais baixas.

Neste caso, causas subjacentes são fatores genéticos, assim como os efeitos do estilo de vida ocidental, como obesidade e comida excessiva; representa 90% dos portadores de diabetes (pâncreas diminui a produção de insulina e/ou a insulina produzida não é bem aproveitada). O início dos sintomas é lento, podendo permanecer assintomático por longos períodos, levando a complicações crônicas.

A incidência é maior após os 40 anos e fatores genéticos são freqüentes influências. Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos. O diabetes tipo II é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo I e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e por fim, a combinação destes com a insulina.

Outros tipos:

Existem outros tipos específicos de diabetes sem a história genética (familiar) na sua origem. O diabetes que aparece na gravidez é classificado em separado como diabetes gestacional ou da gravidez.

O Diabetes Gestacional surge em mulheres grávidas que não eram diabéticas, ocorre alteração da tolerância a glicose em graus diversos diagnosticado durante a gestação. Geralmente, desaparece quando esta termina. Podem futuramente desenvolver o Diabetes tipo 2.

Hoje são conhecidos mais de 20 tipos de enfermidades, que cursam com hiperglicemia e portanto, são catalogadas como Diabetes Mellitus.

domingo, 9 de setembro de 2007

AVC


O acidente vascular cerebral (AVC), ou Acidente vascular encefálico (AVE), vulgarmente chamado de "derrame cerebral", ) é caracterizado pela interrupção da irrigação sanguínea das estruturas do encéfalo, ou seja, ocorre quando o sangue que sustenta o cérebro com oxigênio e glicose deixa de atingir a região, ocasionando a perda da funcionalidade dos neurônios. É uma doença de início súbito, que pode ocorrer por dois motivos: isquêmia ou hemorragia.

O primeiro tipo, e o mais comum deles, é devido à falta de irrigação sanguínea num determinado território cerebral, causando morte de tecido cerebral - é o AVC isquêmico.

O AVC hemorrágico é menos comum, mas não menos grave, e ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano, levando à formação de um coágulo que afeta determinada função cerebral.

O processo de reabilitação pode ser mais ou menos longo, dependendo das características do próprio AVC, da região afetada e do apoio que o doente tiver.

Existem diversos fatores considerados de risco para a chance de ter um AVC, sendo o principal a hipertensão arterial sistêmica não controlada e, além dela, também aumentam a possibilidade o diabete melitus, doenças reumatológicas, trombose, uma arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial, estenose da válvula mitral entre outras.

O sistema nervoso central todo pode ser acometido por esta doença e ele inclui além do cérebro, o tronco encefálico, o cerebelo e até a medula espinhal. Dependendo da região a ser atingida os sintomas e as sequelas são diferentes.

Assim o lobo frontal está mais ligado às decisões e movimentos, o parietal com os movimentos e a sensibilidade do pescoço para baixo e com parte da fala e o occipital com a visão. O cerebelo está ligado com o equilíbrio e o tronco cerebral com a respiração e os movimentos e sensibilidade do pescoço para cima. Claro que isto é uma explicação básica e deve-se ter em mente que todo sistema nervoso está interligado podendo uma lesão em uma mínima parte pode ter grandes repercussões no todo e suas implicações e localização da lesão podem ser difíceis de diagnosticar, devendo a pessoa acometida ser avaliada por um médico.

Na parte da evolução temos 3 tipos de AVC, os que não deixam sequela nenhuma já no mesmo dia que acontece, os que não deixam sequelas mas duram mais de um dia e os que deixam sequelas. Quanto a este último, quando associado a déficits motores necessita de um acompanhamento fisioterápico para potencializar e fortalecer os músculos que ainda possuem a inervação funcionante para assim diminuir as deficiências que podem ter sido causadas; no caso de problemas na fala um fonoaudiólogo pode ser necessário.

De qualquer forma, o AVC é uma doença que merece muita atenção pela dependência e alteração da vida que pode causar e a melhor maneira de lidar com ela é prevení-la controlando todos os fatores causais já citados, novamente mencionando que a principal é a hipertensão arterial sistêmica.

O melhor tratamento para o AVC é a prevenção, identificar e tratar os fatores de risco, como a hipertensão, aterosclerose, o diabete melitus, o colesterol elevado, cessar o tabagismo e o etilismo, além de reconhecer e tratar problemas cardíacos.

Atualmente, existe uma medicação, chamada trombolítico, que pode ser usada na fase aguda do AVC isquêmico, para dissolver o coágulo que causou a isquemia. Contudo, esta medicação só pode ser dada desde que o paciente que sofreu o AVC isquêmico chegue ao hospital dentro de 3 horas.

Conseqüências
As conseqüências do AVC podem afetar diversos aspectos do paciente, tais como paralisia e fraqueza, habilidades de comunicação, fala, capacidade de compreensão, sentidos, além de raciocínio, emoções e memória.

Fatores de risco para AVC
Como já vimos, fator de risco é aquele que pode facilitar a ocorrência do AVC. É imprescindível a sua caracterização e devida correção, pois quase toda a prevenção do AVC é baseada no combate aos fatores de risco. Os principais são:

a. Pressão Arterial: é o principal fator de risco para AVC. Na população, o valor médio é de "12 por 8"; porém, cada pessoa tem o um valor de pressão, que deve ser determinado pelo seu médico. Para estabelecê-lo, são necessárias algumas medidas para que se determine o valor médio. Quando este valor estiver acima do normal daquela pessoa, temos a hipertensão arterial. Tanto a pressão elevada quanto a baixa são prejudiciais, A melhor solução é a prevenção! Devemos entender que qualquer um de nós pode se tornar hipertenso. "Não é porque mediu uma vez, estava boa e nunca mais tem que se preocupar"! Além disso, existem murtas pessoas que tomam corretamente a medicação determinada porém uma só caixa! A pressão está boa e, então, cessam a medicação. Ora, a pressão está boa justamente porque está seguindo o tratamento! Geralmente, é preciso cuidar-se sempre, para que ela não suba inesperadamente. A hipertensão arterial acelera o processo de aterosclerose, além de poder levar a uma ruptura de um vaso sangüíneo ou a uma isquemia (Determine sua Pressão Arterial).

b. Doença Cardíaca: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmias, podem determinar um AVC. "Se o coração não bater direito"; vai ocorrer uma dificuldade para o sangue alcançara cérebro, além dos outros órgãos, podendo levara uma isquemia. As principais situações em qúe isto pode ocorrer são: arritmias, infarto do miocárdio, doença de Chagas, problemas nas válvulas etc. (Determine seu Risco Cardíaco).

c. Colesterol: o colesterol é uma substância existente em todo o nosso corpo, presente nas gorduras animais; ele é produzido principalmente no fígado e adquirido através da dieta rica em gorduras. Seus níveis alterados, especialmente a elevação da fração LDL (mau colesterol, presente nas gorduras saturadas, ou seja, aquelas de origem animal, como carnes, gema de ovo etc.) ou a redução da fração HDL (bom colesterol) estão relacionados à formação das placas de aterosclerose.

d. Fumo: sempre devemos evitá-lo; é prejudicial à saúde em todos os aspectos, principalmente naquelas pessoas que já têm outros fatores de risco aqui cita dos. Acelera o processo de aterosclerose, torna o sangue mais grosso (concentrado) ao longo dos anos (aumentando a quantidade de glóbulos vermelhos) e aumenta o risco de hipertensão arterial (Determine sua dependência ao fumo).

e.Uso excessivo de bebidas alcoólicas: quando isso ocorre por murta tempo, os niveis de colesterol se elevam; além disso, a pessoa tem maior propensão à hipertensão arterial.

f. Diabetes Mellitus: é uma doença em que o nível de açúcar (glicose) no sangue está elevado. A medida da glicose no sangue é o exame de glicemia. Se um portador desta doença tiver sua glicemia controlada, tem AVC menos grave do que aquele que não o controla.

g. Idade: quanto mais idosa uma pessoa, maior a sua probabilidade de ter um AVC. Isso não impede que uma pessoa jovem possa ter.

h. Sexo: até os 51 anos de idade os homens ter maior propensão do que as mulheres; depois desta idade, o risco praticamente se iguala.

i. Raça: é mais freqüente na raça negra.

j. História de doença vascular anterior: pessoas que já tiveram AVC, "ameaça de derrame", infarto do miocárdio (coração) ou doença vascular de membros (Trombose etc.), tem maior probabilidade de ter um AVC.

k. Obesidade: aumenta o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose; assim, indiretamente, aumenta o risco de AVC.

l. Sangue muito concentrado: isso ocorre, por exemplo, quando a pessoa fica desidratada gravemente ou existe um aumento dos glóbulos vermelhos. Este último ocorre em pessoas que apresentam doenças pulmonares crônicas (quer dizer, por muitos anos), ou que vivem em grandes altitudes. Em ambos os casos, o organismo precisa compensar a falta de oxigênio, aumentando a produção dos glóbulos vermelhos, para não deixar "escapar" qualquer oxigênio que chega aos pulmões.

m. Anticoncepcionais hormonais: os mais utilizados são as pilulos mas o médico deve avaliar e orientar cada caso. Atualmente se acredita que as pílulas com baixo teor hormonal, em mulheres que não fumam e não tenham outros fatores de risco, não aumentam a probabilidade de aparecimento de AVC.

n.Sedentarismo: a falta de atividades físicas leva à obesidade, predispondo ao diabetes, à hipertensão e o aumento do colesterol.(Determine seu Nível de Aptidão Física).

sábado, 8 de setembro de 2007

Queimaduras


DEFINIÇÃO
Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos em decorrência de trauma de origem térmica resultante da exposição a chamas, líquidos quentes, superfícies quentes, frio, substâncias químicas, radiação, atrito ou fricção.

FISIOPATOLOGIA
As principais alterações fisiológicas que ocorrem num processo de queimadura são: aumento de permeabilidade capilar e edema. A lesão térmica determina a exposição do colágeno no tecido afetado levando à liberação de histamina. A histamina juntamente com outras cininas ativa o sistema do ácido arquidônico liberando prostaglandinas. Todos esses mediadores inflamatórios aumentam a permeabilidade capilar aos líquidos com conseqüente edema.

ETIOLOGIA
• Queimaduras térmicas;
• Queimaduras químicas;
• Queimaduras elétricas;
• Queimaduras por radiação;
• Queimaduras por atrito;
• Outras.
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES
Determinar o grau da lesão é determinar a profundidade da queimadura (se atingiu epiderme, derme ou outros tecidos). Muitas vezes a diferenciação entre os graus de lesão pode ser difícil e o diagnóstico de certeza só pode ser realizado através de histopatologia do tecido.
Lesão de Primeiro Grau
Atinge a epiderme (camada mais externa) e não provoca alterações na hemodinâmica. Clinicamente caracteriza-se por eritema e dor local sem a presença de bolhas ou flictenas. Um bom exemplo é a queimadura solar.
Lesão de Segundo Grau
Queimadura que atinge tanto a derme quanto a epiderme. A característica mais marcante é a presença de bolhas.
Lesão de Segundo Grau Superficial: Atinge epiderme e superfície da derme apresentando lesões bolhosas eritematosas.
Lesão de Segundo Grau Profunda: Acomete também uma porção mais profunda da derme. As bolhas apresentam fundo de coloração violácea ou esbranquiçada. O diagnóstico diferencial principal é com a lesão de terceiro grau ( queimaduras de segundo grau são dolorosas e as de terceiro grau não costumam doer). Como exemplo figuram as leões por escaldadura (líquido superaquecido).
Lesão de Terceiro Grau
É uma queimadura que acomete todas as camadas da pele e pode atingir também outros tecidos (subcutâneos músculos e ossos). A lesão característica apresenta-se com aspecto duro, inelástico, esbranquiçado ou marmóreo, perda de sensibilidade no local e presença de vasos trombosados. As queimaduras de terceiro grau podem ter causa elétrica ou térmica.

SUPERFÍCIE CORPORAL QUEIMADA
Para o cálculo da superfície corporal queimada (SQC) podem ser utilizados 2 esquemas:
- Esquema de Lund-Browder
- Regra dos Nove
Nos serviços de emergência, durante o atendimento inicial ao paciente queimado, utiliza-se a regra dos nove que, apesar da praticidade, carece de embasamento cientifico.
Regra dos Nove:
ÁREA ADULTO CRIANÇA
Cabeça e Pescoço 9% 18%
Membro superior D 9% 9%
Membro superior E 9% 9%
Tronco anterior 18% 18%
Tronco posterior 18% 18%
Genitália 1% 1%
Coxa D 9% 4,5%
Coxa E 9% 4,5%
Perna e Pé D 9% 4,5%
Perna e Pé E 9% 4,5%
- De maneira prática, considera-se a palma da mão do paciente como equivalente a 1% de SCQ.

COMPLEXIDADE DAS QUEIMADURAS
Pequeno queimado
Considera-se como queimado de pequena gravidade o paciente com:
• Queimaduras de primeiro grau em qualquer extensão, e/ou
• Queimaduras de segundo grau com área corporal atingida até 5% em crianças menores de 12 anos e 10% em maiores de 12 anos.
No pequeno queimado as repercussões da lesão são locais.
Médio queimado
Considera-se como queimado de média gravidade o paciente com:
• Queimaduras de segundo grau com área corporal atingida entre 5% a 15% em menores de 12 anos e 10% e 20% em maiores de 12 anos, ou
• Queimaduras de terceiro grau com até 10% da área corporal atingida em adultos, quando não envolver face ou mão ou períneo ou pé, e menor que 5% nos menores de 12 anos, ou
• Qualquer queimadura de segundo grau envolvendo mão ou pé ou face ou pescoço ou axila.
Obs.: todo paciente deverá ser reavaliado quanto à extensão e profundidade, 48 a 72 h após o acidente.
Grande queimado
As repercussões da lesão manifestam-se de maneira sistêmica. Considera-se como queimado de grande gravidade o paciente com:
• Queimaduras de segundo grau com área corporal atingida maior do que 15% em menores de 12 anos ou maior de 20% em maiores de 12 anos, ou
• Queimaduras de terceiro grau com mais de 10% da área corporal atingida no adulto e maior que 5% nos menores de 12 anos, ou
• Queimaduras de períneo, ou
• Queimaduras por corrente elétrica, ou
• Queimaduras de mão ou pé ou face ou pescoço ou axila que tenha terceiro grau.
Observação: É considerado também como grande queimado o paciente que for vítima de queimadura de qualquer extensão que tenha associada a esta lesão uma condição clínica que possa deteriorar seu estado geral.

QUEIMADURAS QUE DEVEM SER ENCAMINHADAS A UM CENTRO ESPECIALIZADO DE QUEIMADOS

• Queimaduras de espessura parcial superiores a 10% da superfície corporal;
• Queimaduras que envolvem a face, mãos, pés, genitália, períneo e/ou articulações importantes;
• Queimaduras de terceiro grau em grupos de qualquer idade;
• Queimaduras causadas por eletricidade, inclusive aquelas causadas por raio;
• Queimaduras químicas;
• Lesão por inalação;
• Queimadura em pacientes com problemas médicos preexistentes;
• Qualquer paciente com queimaduras e trauma concomitante (tais como fraturas, etc.) no qual a queimadura apresenta o maior risco de morbidade ou mortalidade;
• Crianças queimadas sendo tratadas em hospital sem pessoal qualificado ou equipamentos para o cuidado do caso.

TRATAMENTO DAS QUEIMADURAS

PRIMEIRO ATENDIMENTO DO PACIENTE QUEIMADO
Exame básico (ATLS)
A – Vias Aéreas
B – Boa Respiração
C – Circulação
D – Dano Neurológico
E – Exposição
Cuidados imediatos
• Parar o processo da queimadura, retirando objetos que possam perpetuar o processo ( relógio, pulseira, anéis, lentes de contato,etc.)

Cuidados iniciais
• Remoção de roupas queimadas ou intactas nas áreas da queimadura;
• Avaliação clínica completa e registro do agente causador da extensão e da profundidade da queimadura;
• Analgesia: oral ou intramuscular no pequeno queimado e endovenosa no grande queimado.
• Pesquisar história de queda ou trauma associado;
• Profilaxia de tétano;
• Hidratação oral ou venosa (dependendo da extensão da lesão).
Cuidados locais
•Aplicação de compressas úmidas com soro fisiológico até alívio da dor.
•Remoção de contaminantes
• Verificar queimaduras de vias aéreas superiores, principalmente em pacientes com queimaduras de face.
• Verificar lesões de córnea;
• Resfriar agentes aderentes (ex. piche) com água corrente, mas não tentar a remoção imediata;
• Em casos de queimaduras por agentes químicos, irrigar abundantemente com água corrente de baixo fluxo (após retirar o excesso do agente químico em pó, se for o caso), por pelo menos 20 a 30 minutos. Não aplicar agentes neutralizantes, pois a reação é exotérmica, podendo agravar a queimadura;
• Após a limpeza das lesões, os curativos deverão ser confeccionados.

Reposição hidro-eletrolítica (Grande Queimado)
Cateterizar preferencialmente veia periférica de grosso calibre e calcular reposição inicial:
Pela fórmula de Parkland: 4 ml/kg de peso corporal/percentagem SQC, de Ringer com Lactato. Sendo que, para fins de cálculo inicial, programa-se que a metade deste volume deva ser infundida nas primeiras 8 horas após a queimadura. Exemplo:
Homem 70kg com 30% SQC
Volume de Ringer = (4ml/kg x 70kg) x 30 = 8400ml
Grande queimado adulto: iniciar 2.000 ml de Ringer com Lactato para correr em 30 minutos;
Grande queimado criança: iniciar 30 ml/kg para correr em 30 minutos.Independentemente do esquema inicial escolhido,deve-se observar diurese a partir da primeira hora, e controlar a hidratação para que se obtenha 0,5 a 1ml/kg/hora ou (30-50ml) em adultos e 1ml/kg/h em crianças.

Antibioticoterapia
Antibióticos são utilizados no caso de uma suspeita clínica ou laboratorial de infecção.Não utilizar antibiótico profilático.


TRATAMENTO DA LESÃO DO PACIENTE QUEIMADO
Queimadura de Primeiro Grau
Analgesia via oral ou intramuscular e hidratação local com compressas úmidas.
Queimadura de Segundo Grau
Além da analgesia e hidratação local também é necessária limpeza do local, debridamento de bolhas (bolhas íntegras não precisam ser debridadas) e confecção de curativos. O curativo pode ser realizado com gazes vaselinadas (para não aderir à lesão) e gazes secas, chumaço de algodão e ataduras. Nos membros o curativo deve ser oclusivo e deve-se evitar oclusão em orelhas e períneo. A troca do curativo deve ser feita a cada 2 ou 3 dias até que se atinja a cicatrização entre 8 e 10 dias. O paciente deve ser mantido em repouso e com o membro elevado.
Queimadura de Terceiro Grau
O paciente deve ser encaminhado a um centro especializado no atendimento a queimados.
Escarotomia: É um procedimento emergência realizado por um medico com experiência no atendimento a queimados. No caso de queimaduras de espessura total (3o grau) circunferenciais de membros ou do tronco, pode ser necessária a realização de escarotomia. O edema tecidual pode causar compressão de estruturas em membros e predispor à necrose de extremidades. O aspecto duro e inelástico da pele com queimadura de terceiro grau restringe os movimentos respiratórios e pode levar a insuficiência respiratória.
Este procedimento deve ser realizado na sala de emergência ou mesmo no leito do paciente. É feita a incisão da pele em toda a sua espessura, atingindo-se o subcutâneo. A pele queimada de terceiro grau é insensível, mas pode ocorrer dor com a incisão atingindo o subcutâneo. Analgesia proporcional à dor deve ser administrada por via venosa.
Fasciotomia: Procedimento realizado na emergência por cirurgião experiente, indicado quando se suspeita de síndrome de compartimento no antebraço ou perna, geralmente em lesões decorrentes da passagem de corrente de alta voltagem.
Atendimento no Centro de Queimados
No Centro de Queimados, após a estabilização do paciente e dos cuidados iniciais, o seguimento do paciente compreende os seguintes aspectos:
Broncoscopia:Indicada quando suspeita-se de lesão por inalação, geralmente resultado de acidentes em que a vítima ficou em local fechado, podendo ter sido exposta à fumaça ou em pacientes com queimaduras de face.
Desbridamento cirúrgico: Indicado praticamente em todos os casos de queimaduras de terceiro grau. Deve ser realizado no centro cirúrgico, sob anestesia.
Enxerto: O enxerto de pele é realizado para se obter o fechamento da ferida de terceiro grau.
Curativo biológico: No caso de feridas excisadas, quando não se dispõe de pele autógena suficiente para a cobertura da ferida, ou em lesões de segundo grau profundo, ou lesões que necessitem de cobertura temporária eficiente, pode-se utilizar membranas biológicas.
Curativos sintéticos: Existe atualmente uma gama enorme de materiais sintéticos que podem substituir a pele temporariamente.
Balneoterapia: A balneoterapia consiste em um curativo com lavagem da ferida, em um ambiente próprio, com o paciente sob o efeito de sedação venosa ou anestesia.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Curativos


1- Conceito:
São cuidados dispensados a uma área do corpo que sofreu solução de continuidade.

2- Finalidades:
- Prevenir a contaminação;
- Promover a cicatrização;
- Proteger a ferida;
- Absorver secreção e facilitar a drenagem;
- Aliviar a dor.

3- Tipos de Curativos
Aberto - É aquele no qual utiliza-se apenas o anti-séptico, mantendo a ferida exposta. Ex: Curativo de intracath, ferida cirúrgica limpa.
Oclusivo - Curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é fechado ou ocluído com gaze ou atadura.
Seco - Fechado com gaze ou compressa seca (não se usa nada na gaze)
Úmido - Fechado com gaze ou compressa umedecida com pomada ou soluções prescritas.
Compressivo - É aquele no qual é mantida compressão sobre a ferida para estancar hemorragias, eviscerações, etc.
Drenagens - Nos ferimentos com grande quantidade de exsudato coloca-se dreno (Penrose, Kehr), tubos, cateteres ou bolsas de colostomia.

4 - Material: Bandeja contendo:
- Pacote de curativo (pinças: 1 anatômica, 1 dente de rato, 1 Kelly, 1 Kocher), 1 tesoura.
Com 3 pinças: 1 anatômica, 1 dente de rato, 1 Kelly.
- Pacote de gazes;
- Esparadrapo, micropore;
- Frasco com anti-septico (o mais utilizado atualmente é o álcool a 70%);
- Éter;
- Soro fisiológico;
- Cuba rim (para receber o lixo);
- Saco plástico para lixo (que vai envolver a cuba rim);
- Forro de papel, pano ou impermeável para proteger roupa de cama;
- Pomadas, algodão, seringas, ataduras, cubas (quando indicado)
- 1 ou 2 pares de luvas

Deve-se usar máscara no procedimento.

5 - Classificação das feridas:
a) Ferida asséptica: não contaminada. Ex: Feridas operatórias
b) Ferida séptica: contaminada. Ex: Feridas laceradas

Denominamos de:

Ferimento aberto - Solução de continuidade. Ex: Incisão cirúrgica, laceração penetrante ou escoriação.
Ferimento fechado - Não dá solução de continuidade. Ex: Contusão ou equimose.
Ferimento acidental - Ferimento devido a um infortúnio.
Ferimento intencional - Causado por incisão cirúrgica (fins terapêuticos).

6 - Inflamação
- É uma reação anormal do corpo a qualquer tipo de ferimento. A resposta inflamatória ocorre em 3 fases: vascular, exsudativa e reparadora.

Fase Vascular - Caracteriza-se por hiperemia local, devido a vaso dilatação. Nesta fase chega ao local plasma, anticorpos, células sanguíneas. Ocorre processo fagocítico onde os leucócitos englobam as substâncias estranhas e células danificadas.

Fase Exsudativa - Ocorre formação de exsudato que são líquidos compostos por células sanguíneas, células de tecido danificado e corpos estranhos. Pode ser seroso, purulento (infecção), hemorrágico (eritrócitos). O acúmulo de exsudato nos espaços intersticiais causa edema e dor localizada.

Fase reparadora - Cicatrização do ferimento. Ocorre remoção das células teciduais lesadas pela regeneração de novas células e formação de tecido cicatricial.

7 - Tipos de cicatrização:
Por primeira intenção: É a volta do tecido normal sem presença de infecção e as bordas do ferimento estão bem próximas. Pode ser usada sutura, materiais adesivos.
Por segunda intenção - Ocorre quando não acontece aproximação das superfícies com presença de infecção prolongada. O processo de cicatrização necessita de grande quantidade de tecido de granulação para fechar o ferimento.
Por terceira intenção - Ocorre quando é necessário fechamento secundário de uma ferida. Às vezes a ferida é aberta e suturada mais tarde ou é aberta por deiscência.

8 - Fatores que Afetam a Cicatrização Normal:
A idade, a nutrição, condições de vascularização, edema, inflamação local, hormônios, infecção e a extensão da lesão podem afetar a cicatrização normal.
Na cicatrização é comum encontrarmos hemorragias e infecção.
Para auxiliar um paciente portador de uma ferida, o enfermeiro deve estar a par da causa, do tipo de ferida e quando esta ocorreu, assim como conhecer a natureza básica dos problemas de saúde e do plano geral de assistência médica do paciente.

9 - Procedimentos:
1 - Lavar as mãos.
2 - Preparar o Material.
3 - Explicar o procedimento ao paciente.
4 - Solicitar ou auxiliar o paciente a posicionar-se adequadamente.
5 - Expor a área a ser tratada.
6 - Colocar a cuba rim ou similar próximo ao local do curativo
7 - Abrir o pacote de curativo, de modo que o primeiro par fique próximo ao paciente.
1o Par: Kocher e Dente de rato
2o Par: Anatômica, Kelly e Tesoura (caso esteja presente no pacote)
8 - Dobrar a gaze com a pinça Kocher com auxilio da pinça dente de rato e embebe-la com éter (ou benzina).
9 - Segurar o esparadrapo do curativo anterior com a pinça dente de rato. Descolar o esparadrapo com o auxílio da pinça Kocher montada com gaze embebida em éter. (Isso facilita na retirada do esparadrapo diminuindo a dor do paciente)
10 - Remover o curativo e despreza-lo na cuba-rim, ou similar, evitando que as pinças toquem o mesmo.
11 - Remover as marcas de esparadrapo ao redor da ferida com a pinça Kocher.
12 - Iniciar a limpeza da área menos contaminada com o 2o par de pinças, utilizando soro fisiológico. Trocar as gazes sempre que necessário.
13 - Fazer aplicação do anti-séptico com auxílio da pinça Kelly.
14 - Proteger a ferida com gaze utilizando as pinças anatômica e Kelly.
15 - Fixar as gazes com esparadrapo.
16 - Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.
17 - Imergir as pinças e a tesoura abertas em soluça adequada.
18 - Lavar as mãos.
19 - Anotar na prescrição do paciente: hora, local, condições da ferida, soluções utilizadas.

Sondagem vesical


É a introdução de um cateter estéril através da uretra até a bexiga, com o objetivo de drenar a urina. Deve-se utilizar técnica asséptica no procedimento a fim de evitar uma infecção urinária no paciente.
Tem por finalidades:
- Esvaziar a bexiga dos pacientes com retenção urinária;
- Controlar o volume urinário;
- Preparar para as cirurgias principalmente as abdominais;
- Promover drenagem urinária dos pacientes com incontinência urinária;
- Auxiliar no diagnóstico das lesões traumáticas do trato urinário.

Observações:

A sondagem vesical só é aconselhada:
- Na incontinência urinária: somente em casos especiais, preferindo-se usar absorventes, calças plásticas, especiais ou URUPEN nos homens: o Urupens é um tipo de condom adaptado externamente ao pênis, ligado a uma extensão e este ao coletor de urina.
- Na retenção urinária, quando as medidas para estimular a micção forem ineficazes: (verificar se trata se de retenção urinária ou anúria. Se houver hipertensão dolorosa da bexiga, é retenção urinária; abrir torneira próximo ao paciente; despejar água morna na região perineal, colocar bolsa de água quente na região abdominal; promover privacidade do paciente.)

Procedimentos na Sondagem de Alívio Feminina

a) Com pacote de sondagem:
- Reunir o material: pacote de cateterismo vesical esterilizado, cuba-rim, cuba redonda, bolas de algodão ou gaze, pinça Pean ou similar, sonda uretral (nº 10 a 14), luvas estéreis, biombo, frascos com PVP-I e soro fisiológico, geléia anestésica, tubo de ensaio para colher amostra (se necessário), campo fenestrado, saco plástico de lixo;
- Cercar a cama com biombo;
- Encaminhar a paciente para higiene íntima ou faze-la se necessário;
- Colocar o material na mesa de cabeceira e prender o saco de lixo;
- Colocar a paciente em posição ginecológica, protegendo-a com um lençol;
- Abrir com técnica asséptica o pacote de cateterismo sobre a cama entre as pernas da paciente;
- Colocar na cuba redonda o anti-séptico e o lubrificante na gaze;
- Abrir o invólucro da sonda vesical, colocando-a na cuba rim;
- Colocar a luva com técnica asséptica;
- Lubrificar a sonda;
- Colocar o campo fenestrado no períneo e aproximar a cuba rim;
- Afastar os pequenos lábios com o polegar e o indicador da mão esquerda e com a mão direita fazer anti-sepsia no períneo com as bolas de algodão ou gaze embebida na soluça anti-séptica, usando a pinça Pean. A anti-sepsia deverá ser no sentido púbis-ânus; na seqüência: grandes lábios, pequenos lábios, vestíbulo; usar a bola de algodão uma vez e despreza-la;
- Limpar a região com soro fisiológico, obedecendo-os mesmos princípios de assepsia descritos;
- Afastar com a mão direita a cuba redonda e a pinça;
- Continuar a manter, com a mão esquerda, exposto o vestíbulo e, com a mão direita, introduzir a sonda lubrificada (a mais ou menos 10 cm), colocar a outra extremidade na cuba-rim para receber a urina drenada;
- Retirar a sonda (quando terminar a drenagem urinária) e o campo fenestrado;
- Controlar o volume urinário, colher amostra da urina ou guardá-la para o controle de diurese;
- Deixar a unidade e o material em ordem.


Procedimento na Sondagem de Demora Feminina

- Reunir o material: idêntico ao de alívio, substituindo a sonda de polivinil pela sonda de demora e acrescentando seringa de 10ml, água destilada de 10ml, agulha 30x8, esparadrapo, bolsa coletora de sistema fechado.
- Repetir a técnica da sondagem vesical de alívio;
- Após a passagem da sonda insuflar o balãozinho com soro fisiológico, através da válvula existente na extremidade da sonda e puxa-la até sentir-se a ancoragem do balão no trígono vesical;
- Retirar o campo fenestrado;
- Conectar a sonda na extensão do coletor e prende-lo na grade da cama.
- Retirar as luvas;
- Fixar a sonda com uma tira de esparadrapo na coxa da paciente saindo por cima da mesma.

Procedimento no Cateterismo Masculino

- Repetir a técnica do cateterismo feminino com as seguintes diferenças: colocar o paciente em decúbito dorsal e com as pernas afastadas; após enluvar as mãos colocar 8ml de geléia anestésica na seringa com auxilio de outra pessoa; segurar o pênis com uma gaze (mão esquerda), mantendo-o perpendicular ao abdome; fazer a anti-sepsia, afastando o prepúcio com o polegar e o indicador da mão esquerda, e, com a pinça montada, fazer a anti-sepsia do meato uretral para a periferia (trocar as luvas se usar material descartável); injetar a geléia anestésica na uretra com a seringa ou bisnaga esterilizada, pressionar a glande por 2 a 3 minutos, a fim de evitar refluxo da geléia; introduzir a sonda até a sua extremidade (18-20cm) com movimentos para baixo, como o pênis elevado perpendicularmente e baixar o pênis lentamente para facilitar a passagem na uretra bulbar; recobrir a glande com o prepúcio, a fim de evitar edema da glande; fixar a sonda na coxa ou na região hipogástrica (profilaxia de fístulas uretrais).

Traqueostomia


Definição:
Abertura cirúrgica feita pelo pescoço até a traquéia. Normalmente coloca-se um tubo pela abertura (tubo de traqueostomia ou tubo traqueal) para permitir a passagem de ar e a remoção de secreções do pulmão.

Descrição:
Usa-se anestesia geral. O pescoço é higienizado e coberto com lençóis de cirurgia. A seguir são feitas as incisões para expor os anéis cartilaginosos que formam a parede externa da traquéia. Finalmente o cirurgião corta dois desses anéis e insere o tubo de traqueostomia.

Indicações:
As diretrizes da traqueostomia incluem:

· anormalidade congênita (hereditária) da laringe ou da traquéia

· lesões graves no pescoço e na boca

· inalação de material corrosivo, fumaça ou vapor

· presença de corpo estranho grande que bloqueia as vias respiratórias

paralisia dos músculos que coordenam a deglutição, pondo o paciente em perigo de aspiração perda da consciência ou coma prolongado

Escara ou úlcera de pressão


Considerações iniciais



A ESCARA ou ÚLCERA DE DECÚBITOS decorre da compressão e a conseqüente falta de oxigenação e nutrição dos tecidos (pele, mucosas e tecidos subjacentes), quando uma pessoa com diminuição da mobilidade permanece na mesma posição por longos períodos, como os portadores de lesões neurológicas, por exemplo. É importante que se considere o oxigênio e nutrientes transportados pela corrente sangüínea, como elementos imprescindíveis para a preservação da integridade cutânea e dos tecidos subjacentes, sem os quais a incidência de escaras torna-se risco potencialmente maior, particularmente quando comprimida área corporal próxima de proeminências ósseas. Freqüentemente, por falta de observação e/ou o cuidado de se oferecer ajuda para mudar de posição ou, ainda nos casos de perdas significativas do nível de consciência (confusão mental, agitação psicomotora, etc), a imobilidade aumenta os riscos de se desenvolver processo de necrose do tipo escaras.

Dentre os vários fatores de risco para o desenvolvimento de escaras de decúbito, poderíamos destacar a limitação dos movimentos ativos, estados nutricionais debilitados, nível de consciência comprometido, perda da sensibilidade tátil e/ou térmica, estresse, etc., além da falta de atenção e cuidado daqueles encarregados de ajudar a pessoa nas mudanças de decúbitos, seja no âmbito do atendimento institucionalizado (hospitalar), seja em nível domiciliário. Os primeiros sinais aparecem na forma de áreas hiperemiadas (avermelhadas), localizadas próximas de grandes proeminências ósseas, como na região sacro-coccígea (final da coluna - muito freqüente), calcâneos, joelhos, escápulas, nádegas, lateral da coxa, dentre outras. Por isso, recomenda-se friccionar bem as regiões avermelhadas com creme hidratante e/ou anti-séptico até que a coloração da pele retome o aspecto normal, visando estimular a circulação de sangue e, conseqüentemente, a oxigenação e nutrição da área.

O quadro de compressão das áreas corporais é altamente dolorido para as pessoas que preservaram a sensibilidade (freqüentemente portadores de lesão cerebral), o que para aqueles que perderam a sensibilidade tátil e térmica (portadores de lesão medular) pode representar maior risco de o processo progredir e culminar com a formação de feridas (escaras), em decorrência de se permanecer numa posição por longo período sem perceber que a área de atrito está sendo altamente comprometida. Por isso, recomenda-se aos paraplégicos e demais usuários de cadeira de rodas o movimento de elevação do acento da cadeira de 4 em 4 horas, por cerca de 3 minutos, visando a revascularização da área comprimida. No que tange à falta de força muscular e à limitação de movimento dos tetraplégicos, ajuda se faz necessária para que as áreas de atrito com o assento da cadeira sejam revascularizadas, em período de 4 em 4 horas, em média.

Por outro lado, aqueles que preservaram a sensibilidade, ainda que estejam impossibilitados de se expressar verbalmente, anseiam que alguém tome a iniciativa de aliviar seu sofrimento calado.


Exato por isso, todo cuidado é pouco, visto que a isquemia tecidual (ausência de sangue localizada ou uma grande redução de fluxo sanguíneo) progride muito rapidamente para um aspecto cianosado (roxo) e a formação de bolha que se rompe facilmente. Enfim, uma escara pode aparecer em poucos dias, mas para cicatrizar leva muitos e muitos outros, além de muito sofrimento.


Pude acompanhar de perto a evolução assustadora e os danos que uma escara pode trazer para os paraplégicos com lesão medular. Como eles haviam perdido a sensibilidade tátil e térmica, eram poupados da dor física, embora alegassem um tipo de dor algo subjetiva, que transcende a realidade tangível - a dor de não sentir o próprio corpo.

Vale ressaltar que as pessoas de pele escura e/ou negra devem atentar para as seguintes características da pele: a) parece mais escura do que a pele ao redor (arroxeada/tom azulado); b) pode estar esticada, brilhante ou endurecida e o edema (inchação) pode ocorrer com intensidade de mais de 15 mm de diâmetro; c) pode apresentar um tom arroxeado/azulado; d) quando tocada pela primeira vez, a pele apresenta-se morna, se comparada com a pele ao redor, sendo que mais tarde ela tende a se tornar uma área fria - caracterizando sinal de desvitalização do tecido.

No que diz respeito aos portadores de lesões medulares a atenção deve ser redobrada, independentemente da cor da pele pois, como perdem a sensibilidade tátil e térmica, ficam notadamente mais vulneráveis aos processos de escarificações de pele e mucosas por permanecer longos períodos na mesma posição, sem que o corpo dê algum sinal objetivo de desconforto. Entretanto, faz-se necessário esclarecer que nos casos de lesão medular a limitação de movimentos está na dependência da área ou vértebra lesionada de paraplégicos ou tetraplégicos. Para os paraplégicos, na fase aguda da lesão, é importante chamar a atenção para o risco de contrair escaras, primeiramente ajudando nas mudanças de decúbitos e/ou orientando para que eles assumam medidas preventivas de longo prazo, tão logo obtenham equilíbrio de tronco e força muscular para desempenhar sozinhos tais funções. Já para os tetraplégicos as medidas preventivas devem receber mais destaque, devido, muitas vezes, à total incapacidade de exercer qualquer força muscular e coordenação/controle de movimentos voluntários, o que requer do prestador de cuidados atenção redobrada na prevenção de escaras com sistemática implementação de mudanças de decúbitos na fase aguda, além de orientar para o autocuidado após alta institucional e acompanhar os progressos funcionais em nível domiciliário.

Os parâmetros usados para avaliar os possíveis riscos de se adquirir escaras são: condição física (boa, média, ruim e muito ruim), estado mental (alerta, apático, confuso, estupor e inconsciente), continência (totalmente controlado, geralmente controlado, mínimo controle e ausência de controle) atividade (ambulante, anda com ajuda, sentado na cadeira e acamado), mobilidade (plena, ligeiramente limitada, muito limitada e imóvel) e estado nutricional (bom, médio e pobre). Vale a pena acrescentar os seguintes aspectos relativos à pele: cor (pálida, rosada, acinzentada, avermelhada, cianótica, ictérica e outras), umidade (úmida, seca, oleosa e outras), temperatura (fria, fresca, morna e quente), textura (lisa, áspera, fina/transparente, escamosa, com crostas e outras).

Medidas de prevenção: retrato de uma experiência concreta

Investigando a importância do toque como instrumento eficaz na prevenção de escaras observaram que no decorrer de 150 dias de cuidados de enfermagem em reabilitação para um cliente (inicialmente tetraplégico que evoluiu para paraplégico) embora a pessoa permanecesse sentada cerca de 10 horas na cadeira de rodas, alternadas com transferências para o tatame no setor de hemiplegia e terapia ocupacional; ficasse na cadeira higiênica por cerca de 1 hora diária (30 minutos para evacuar e 30 para seu banho) e tivesse mobilidade reduzida para as mudanças de decúbitos no leito durante a noite; ainda assim seu corpo não desenvolveu processo de escara. Tudo resultou da implementação de um sistemático esquema de cuidados nos 90 minutos diários de visita, quando passaram a seguir um ritual de CUIDAR que envolvia toda a dimensão e condição humana dos sujeitos envolvidos a saber: massagear a região glútea, face posterior das coxas, pés e artelhos; escovar os dentes; limpar cada narina; colocar patinho; retirar e despejar o patinho; colocar descongestionante nasal; colocar colírio; limpar o rosto com creme; limpar a região pubiana; ajustar almofada de alpiste na região sacra, etc. É importante acrescentar que a massagem com creme anti-séptico/hidratante, nos 150 dias, consumiu nada menos de 15 litros do produto somados a muito empenho e energia de bem-querer dos prestadores de cuidados. Não fosse isso, por certo, ele teria adquirido alguma escara.

Quanto ao uso de almofada de alpiste, embora a idéia possa parecer meio bizarra, funciona muito bem e proporciona conforto capaz de reduzir substancialmente a sensação de ardência na área de atrito, devido ao deslizamento de seus pequenos grãos com a casca cintilante de tanta celulose e a pequena capacidade de armazenar temperatura ambiente. Já as almofadas de ar e/ou água, mesmo sendo alternativas para uso de curto prazo na prevenção de escaras, tendem a comprometer o equilíbrio do tronco e a estabilidade postural.

As medidas preventivas de úlceras ou escaras de decúbito devem ser uma prioridade no processo de cuidado aos clientes com restrições na mobilidade, pois com a integridade da pele e mucosas diminuída, devido à falta de circulação sanguínea (oxigenação e nutrição), os fatores de risco aumentam substancialmente.

Atenção e observação especiais devem ser dirigidas à mobilidade e/ou capacidade de o indivíduo controlar seus movimentos, particularmente no que diz respeito às condições muito limitadas, ou seja, aquele que pode necessitar de ajuda para iniciar os movimentos como virar, levantar, puxar, equilibrar e/ou ficar na posição sentado, dado que contraturas do tipo espásticas podem requerer cuidados e técnicas específicos. Da mesma forma, quando a pessoa fica estática e/ou imóvel na cama, demonstrando incapacidade de mudar sozinha de posição, portanto, totalmente dependente de ajuda para as mudanças sistemáticas de decúbitos e, notadamente muito mais vulnerável a adquirir escaras. Nesses casos deve-se recorrer ao uso de colchão do tipo caixa de ovo, bastante conhecido no mercado, além de ser produto de custo razoável, se tomarmos como exemplo outras opções muito mais onerosas.

Nas mudanças de decúbitos deve-se observar o aspecto e a integridade da pele próxima das áreas com grandes proeminências ósseas, improvisando a colocação de travesseiros entre as pernas e outras medidas de conforto. São quatro as opções mais comuns para as mudanças de decúbitos, a saber: ventral (barriga para baixo); dorsal (barriga para cima); lateral direito e lateral esquerdo. O tempo ideal para se permanecer numa ou outra posição dependerá exclusivamente de o cliente apresentar queixa de desconforto, dor, mal-estar, para que seja mudado de posição. Via de regra, adota-se o esquema de mudanças de 4 em 4 horas, porém deve ser adequado a cada caso em suas singularidades. Ademais, recomenda-se evitar o lado que esteja com escara, por exemplo, se o cliente tem uma escara na região coxo-femural direita, não seria indicado permanecer em decúbito lateral direito.

Para reforçar as medidas preventivas é importante observar e avaliar a aceitação da dieta para traçar perfil nutricional, considerando que a pessoa bem nutrida tem menor possibilidade de desenvolver escaras. O mesmo se aplica aos aspectos de continência e higiene, posto que aqueles que apresentam incontinência urinária e fecal ficam mais expostos ao risco de desenvolver escaras, em face do teor ácido e corrosivo das fezes e urina acumulados por horas em contato com a pele íntegra.

Quando a pessoa permanece deitada ou sentada por longo período, o peso do corpo exerce pressão sobre as proeminências ósseas e, conseqüentemente a pele adquire coloração esbranquiçada decorrente da isquemia na área, tom que dá lugar ao avermelhado da hiperemia reativa, como resposta ao súbito aumento do fluxo de sangue na região antes comprimida. É importante esclarecer que a hiperemia reativa é uma resposta compensatória, eficaz e visível da vasodilatação localizada, somente se a pressão na pele for removida antes dela adquirir tom e aspecto cianosado, seguido de bolhas que se rompem facilmente e necrose.

Curativos de escaras

Técnica

1. Lavar as mãos em água corrente.
2. Usar detergente anti-séptico e/ou sabão neutro.
3. Calçar par ou mão de luva de procedimento (dependendo do aspecto da lesão).
4. Usar éter ou benzina para remover o adesivo do curativo "velho", tomando cuidado para soltar os pelos aderidos ao adesivo e observar reações alérgicas.
5. Limpar a área ao redor da ferida com gaze embebida em soro fisiológico ou água fervida, fazendo movimentos no sentido de dentro para fora (descartar gaze após uso).
6. ATENÇÃO: Nunca fazer movimento no sentido de fora para dentro da ferida, pois irá contaminar ainda mais e comprometer o processo de cicatrização.
7. Fazer anti-sepsia da ferida com bolas de algodão embebidas em álcool iodado e/ou PVPI (POVIDINE tópico).
8. Com outra gaze seca, remova com movimentos suaves os restos de tecido morto (necrosado) e as secreções (pus).
9. Aplique quantidade do medicamento indicado, no caso de creme ou pomadas, procure encher a ferida até a metade (nós, particularmente, preferimos optar pela urinoterapia pelas suas inúmeras vantagens). Confira no artigo URINOTERAPIA e ESCARAS de nosso site.
10. Cubra o ferimento com camadas de gaze e/ou gaze em compressa do tipo coxim, como medida de conforto e preventiva de possíveis atritos, fricções, etc.
11. A fixação do curativo deve ser com adesivo antialérgico, pegando bem na borda da gaze em compressa para deixar o ferimento o mais arejado possível.
12. Trocar o curativo sempre que necessário (na dependência da drenagem de secreção, após banho, incontinências, etc.) - avaliando cada caso em suas características especiais.
13. Procurar deixar a pessoa bem acomodada e confortável, evitando posição que comprima a área da lesão.
14. Fazer e/ou orientar sobre a importância das mudanças de decúbitos como medidas preventivas de complicações das escaras existentes, além do potencial para o surgimento de outras.
15. Retire a luva e lave as mãos.

Avaliação

1. Observar sistematicamente o aspecto externo do curativo quando das mudanças de decúbitos.
2. Em face da presença excessiva de secreção purulenta e/ou sero-sanguinolenta, proceder à troca do curativo, independentemente de se estar com esquema de horário preestabelecido para as trocas.
3. Atentar para o aspecto geral da ferida, em especial para o surgimento de uma espécie de camada de tom vermelho e aparência esponjosa em granulação, típicas de respostas favoráveis ao processo de cicatrização, evitando, portanto, tentar remover nos procedimentos de limpeza da área.
4. Caso o procedimento esteja sendo feito em domicilio, solicitar orientação de um enfermeiro ou médico acerca da evolução do quadro.

Ética


Conceituação: O que é Ética Profissional?

É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e do Direito. Estas três áreas de conhecimento se distinguem, porém têm grandes vínculos e até mesmo sobreposições.

Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.

A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o seu bem-viver. A Moral independe das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum.

O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. Alguns autores afirmam que o Direito é um sub-conjunto da Moral. Esta perspectiva pode gerar a conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável. Inúmeras situações demonstram a existência de conflitos entre a Moral e o Direito. A desobediência civil ocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate uma determinada lei. Este é um exemplo de que a Moral e o Direito, apesar de referirem-se a uma mesma sociedade, podem ter perspectivas discordantes.

A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que caracteriza a Ética.

Ética Profissional: Quando se inicia esta reflexão?

Esta reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão deve iniciar bem antes da prática profissional.

A fase da escolha profissional, ainda durante a adolescência muitas vezes, já deve ser permeada por esta reflexão. A escolha por uma profissão é optativa, mas ao escolhê-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Geralmente, quando você é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o conjunto de deveres que está prestes ao assumir tornando-se parte daquela categoria que escolheu.

Toda a fase de formação profissional, o aprendizado das competências e habilidades referentes à prática específica numa determinada área, deve incluir a reflexão, desde antes do início dos estágios práticos. Ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua adesão e comprometimento com a categoria profissional onde formalmente ingressa. Isto caracteriza o aspecto moral da chamada Ética Profissional, esta adesão voluntária a um conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais adequadas para o seu exercício.

Mas pode ser que você precise começar a trabalhar antes de estudar ou paralelamente aos estudos, e inicia uma atividade profissional sem completar os estudos ou em área que nunca estudou, aprendendo na prática. Isto não exime você da responsabilidade assumida ao iniciar esta atividade! O fato de uma pessoa trabalhar numa área que não escolheu livremente, o fato de “pegar o que apareceu” como emprego por precisar trabalhar, o fato de exercer atividade remunerada onde não pretende seguir carreira, não isenta da responsabilidade de pertencer, mesmo que temporariamente, a uma classe, e há deveres a cumprir.

Um jovem que, por exemplo, exerce a atividade de auxiliar de almoxarifado durante o dia e, à noite, faz curso de programador de computadores, certamente estará pensando sobre seu futuro em outra profissão, mas deve sempre refletir sobre sua prática atual.

Ética Profissional: Como é esta reflexão?

Algumas perguntas podem guiar a reflexão, até ela tornar-se um hábito incorporado ao dia-a-dia.

Tomando-se o exemplo anterior, esta pessoa pode se perguntar sobre os deveres assumidos ao aceitar o trabalho como auxiliar de almoxarifado, como está cumprindo suas responsabilidades, o que esperam dela na atividade, o que ela deve fazer, e como deve fazer, mesmo quando não há outra pessoa olhando ou conferindo.

Pode perguntar a si mesmo: Estou sendo bom profissional? Estou agindo adequadamente? Realizo corretamente minha atividade?

É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades que uma pessoa pode exercer.

Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo quando a atividade é exercida solitariamente em uma sala, ela faz parte de um conjunto maior de atividades que dependem do bom desempenho desta.

Uma postura pró-ativa, ou seja, não ficar restrito apenas às tarefas que foram dadas a você, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que ele seja temporário.

Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer ruas e juntar o lixo, mas você pode também tirar o lixo que você vê que está prestes a cair na rua, podendo futuramente entupir uma saída de escoamento e causando uma acumulação de água quando chover. Você pode atender num balcão de informações respondendo estritamente o que lhe foi perguntado, de forma fria, e estará cumprindo seu dever, mas se você mostrar-se mais disponível, talvez sorrir, ser agradável, a maioria das pessoas que você atende também serão assim com você, e seu dia será muito melhor.

Muitas oportunidades de trabalho surgem onde menos se espera, desde que você esteja aberto e receptivo, e que você se preocupe em ser um pouco melhor a cada dia, seja qual for sua atividade profissional. E, se não surgir, outro trabalho, certamente sua vida será mais feliz, gostando do que você faz e sem perder, nunca, a dimensão de que é preciso sempre continuar melhorando, aprendendo, experimentando novas soluções, criando novas formas de exercer as atividades, aberto a mudanças, nem que seja mudar, às vezes, pequenos detalhes, mas que podem fazer uma grande diferença na sua realização profissional e pessoal. Isto tudo pode acontecer com a reflexão incorporada a seu viver.

E isto é parte do que se chama empregabilidade: a capacidade que você pode ter de ser um profissional que qualquer patrão desejaria ter entre seus empregados, um colaborador. Isto é ser um profissional eticamente bom.

Ética Profissional e relações sociais:

O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da chuva, o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado para colocar caixas de alimentos, o médico cirurgião que confere as suturas nos tecidos internos antes de completar a cirurgia, a atendente do asilo que se preocupa com a limpeza de uma senhora idosa após ir ao banheiro, o contador que impede uma fraude ou desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa, o engenheiro que utiliza o material mais indicado para a construção de uma ponte, todos estão agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto, ao fazerem aquilo que, alguém descobrindo, não saberá quem fez, mas que estão preocupados, mais do que com os deveres profissionais, com as PESSOAS.

As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, a categoria como um todo e as pessoas que dependem daquele profissional, mas há muitos aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do comprometimento do profissional em ser eticamente correto, aquele que, independente de receber elogios, faz A COISA CERTA.



Ética Profissional e atividade voluntária:



Outro conceito interessante de examinar é o de Profissional, como aquele que é regularmente remunerado pelo trabalho que executa ou atividade que exerce, em oposição a Amador. Nesta conceituação, se diria que aquele que exerce atividade voluntária não seria profissional, e esta é uma conceituação polêmica.

Em realidade, Voluntário é aquele que se dispõe, por opção, a exercer a prática Profissional não-remunerada, seja com fins assistenciais, ou prestação de serviços em beneficência, por um período determinado ou não.

Aqui, é fundamental observar que só é eticamente adequado, o profissional que age, na atividade voluntária, com todo o comprometimento que teria no mesmo exercício profissional se este fosse remunerado.

Seja esta atividade voluntária na mesma profissão da atividade remunerada ou em outra área. Por exemplo: Um engenheiro que faz a atividade voluntária de dar aulas de matemática. Ele deve agir, ao dar estas aulas, como se esta fosse sua atividade mais importante. É isto que aquelas crianças cheias de dúvidas em matemática esperam dele!

Se a atividade é voluntária, foi sua opção realizá-la. Então, é eticamente adequado que você a realize da mesma forma como faz tudo que é importante em sua vida.



Ética Profissional: Pontos para sua reflexão:



É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as mudanças nos conhecimentos técnicos da sua área profissional, mas também nos aspectos legais e normativos. Vá e busque o conhecimento. Muitos processos ético-disciplinares nos conselhos profissionais acontecem por desconhecimento, negligência.

Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às pessoas, confidencialidade, privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento, afetividade, correção de conduta, boas maneiras, relações genuínas com as pessoas, responsabilidade, corresponder à confiança que é depositada em você...

Comportamento eticamente adequado e sucesso continuado são indissociáveis!